200 ANOS DO MOVIMENTO AUTONOMISTA DO NORTE GOIANO

Em 2022, estaremos comemorando, oficialmente, 200 anos da Independência do Brasil, mas os eventos mais significativos que possibilitaram a separação de Portugal ocorreram ao longo de 1821.

Nessa época, na província de Goiás houve muita disputa entre as elites 

dirigentes locais que pleiteavam maior espaço de atuação política.

Na então chamada Comarca do Norte, no dia 14 de setembro de 1821, iniciou-se um Movimento para instituir um Governo Provisório e minar a autoridade do governador Manuel Inácio de Sampaio, sendo esse acontecimento interpretado pelos historiadores como a primeira manifestação da vontade de se criar um território autônomo, separado do restante da província de Goiás.

O eleito como protagonista dessa história foi o ouvidor Joaquim Teotônio Segurado, cujo nome foi atribuído a uma das principais avenidas de Palmas-TO.

O Movimento, que culminou em um projeto pela autonomia territorial, durou até por volta de abril de 1823, embora ainda tivesse resistência.

Nesse ínterim, a elite local chegou a pedir para se separar de Goiás ou então para que fosse anexada ao Pará, com o qual tinha maior contato comercial, por meio do rio Tocantins.

D. Pedro I, porém, negou o pedido. A ida de Segurado para Lisboa para tomar assento nas Cortes Constituintes, aliada às articulações do deputado goiano Luiz Gonzaga de Camargo Fleury na Comarca do Norte, acabou enfraquecendo e calando o projeto autonomista.

O desejo separatista, todavia, parece ter permanecido latente, sendo retomado, com ênfase, na década de 1950, em uma Proclamação registrada na câmara municipal de Porto Nacional em 13 de maio de 1956.

Somente ao longo de 1980, o Movimento ganhou mais força e adeptos, levando a criação do Estado em 05 de outubro de 1988.

Na história ficou registrada a data de 14 de setembro de 1821 como marco do discurso fundador desse jovem Estado da federação brasileira.

Sonho Autonomista

Martha Vieira é professora de História da Universidade Federal do Tocantins e membro da ACALANTO. Titular da cadeira n.º 24.

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